Não-Me-Toque, Jardim do Alto Jacuí, é um município localizado no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, na microrregião do Alto Jacuí.
A trajetória geohistórica de Não-Me-Toque é marcada, primeiramente, pela chegada do elemento luso, quando descendentes de portugueses vieram instalar suas fazendas no vasto território, ainda inexplorado por homens civilizados, na segunda década do século XIX. Ao final do século XIX as grandes extensões de terras, no território sulino, ficaram quase inexploradas e tornaram-se um atrativo para os imigrantes alemães que, a partir de 1824 chegaram nesta região.
No panorama das novas colônias do Rio Grande do Sul, surgiu a “Colônia do Alto Jachuy”, que no ano de 1897, recebeu um grande número de imigrantes descendentes de alemães e, em menor número, de italianos, chegados no final desse mesmo ano.
Em 1949, chegaram as primeiras famílias de holandeses e por este fato Não-Me-Toque é considerado o berço da imigração holandesa no Rio Grande do Sul. Na década de 50 começaram as lutas de várias localidades em busca de sua autonomia político-administrativa, entre essas a Vila de Não-Me-Toque, na época 2° Distrito de Carazinho.
A Lei N° 2.555, de 18 de dezembro de 1954, respaldada nos resultados do plebiscito criava o município de Não-Me-Toque. Mas, em 1970 inicia-se, um movimento para a troca do nome de Não-Me-Toque para Campo Real, em homenagem ao cereal rei – trigo – cultivado em grande escala nas lavouras do município. Em 09 de dezembro de 1971, Não-Me-Toque, passa a chamar-se Campo Real.
Reações contrárias chegaram através da Lei 6.601 de 27 de setembro de 1973, realizando um plebiscito favorável ao nome de Não-Me-Toque, então em 27 de dezembro de 1976 é assinada a lei que determinou a volta do nome Não-Me-Toque.
A cultura aprimorada, os cabelos loiros, a pele e olhos claros, o sotaque nitidamente estrangeiro, são características marcantes de holandeses, alemães e italianos, que se misturam e se agregam às raízes deixadas pelos portugueses, que contribuíram também, quando o cereal rei começou a bordar de amarelo ouro toda a região, destacando a “Capital da Lavoura Mecanizada” e hoje, quando o verde da soja completa essa paisagem típica brasileira, misturada ao multicolorido das flores do “Jardim do Alto Jacuí”, num misto de muito zelo e progresso, todas essas misturas formam o povo alegre e progressista de Não-Me-Toque.
No ano de 2000 foi dado início a um projeto pioneiro no sul do Brasil para validar a tecnologia de Agricultura de Precisão: o Projeto Aquarius. Desenvolvido em parceria entre a Fazenda Anna e as empresas Stara, Massey Ferguson, Cotrijal, Yara Fertilizantes e a Universidade Federal de Santa Maria, o Projeto Aquarius, aplica a tecnologia e sistematiza resultados com o objetivo de demonstrar a viabilidade da agricultura de precisão. Com o ingresso da Cotrijal, em 2005, o projeto saltou da Fazenda Anna para propriedades de associados da cooperativa em vários municípios da região.
Ainda no ano de 2007 a Lei Municipal nº 3.343 reconheceu a cidade como “Capital Nacional da Agricultura de Precisão”. E a Lei Estadual nº 12.744, de 2007, que declarou o município como “Capital Nacional da Agricultura de Precisão”. Em setembro de 2009 a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei nº 124/09, de autoria do deputado Luiz Carlos Heinze, que confere ao município de Não-Me-Toque o título de “Capital Nacional da Agricultura de Precisão”. Em 29 de outubro de 2009 o Presidente da República sancionou a Lei nº 12.081 que confere ao município de Não-Me-Toque, o título de “Capital Nacional da Agricultura de Precisão”.
Fonte: Livro “Não-Me-Toque no Rastro de sua História”, de Sandra Cunha.