SMECD adere à Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
Duas salas com material especial, uma para ensino de pessoas com baixa visão e deficiência visual, outra para portadores de deficiências diversas e transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação estão instaladas em duas escolas municipais. Ao se inscrever no programa do governo federal que institui a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Desporto de Não-Me-Toque (SMECD) se habilitou a receber o material didático que possibilita o ensino especializado para uma clientela específica.
A política nacional identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminam as barreiras, visando a pela plena participação dos alunos considerando suas necessidades específicas. Iniciado em Não-Me-Toque o atendimento educacional especializado é realizado por professores capacitados em salas de recursos multifuncionais.
Instaladas no início do ano os materiais especiais já servem para 24 alunos: seis com baixa visão e deficiência visual, na Escola Municipal Ernesto João Cardoso; 17 portadores de outras deficiências que freqüentam a sala multifuncional instalada pela SMECD na Escola Municipal Santo Antônio.
São mobiliários, jogos pedagógicos, programas para computador, vídeos, máquina e impressora Braille, Soroban, globo terrestre e outros materiais em relevo, material dourado, material para trabalhar com libras, entre outros.
Assim, entre várias opções, o aluno com problemas de visão pode usar uma lupa eletrônica para ampliar o tamanho da letra no computador ou jogar uma partida de dominó com textura, que permite identificar as peças pelo tato, além de aprender a escrever em Braille com materiais específicos para isso. Já o aluno surdo pode assistir a historinhas na língua de sinais e os com problemas motores têm acesso a um teclado de computador especial.
Os materiais pedagógicos apóiam o aluno com deficiência para que tenha acesso ao conteúdo curricular. As salas de recursos multifuncionais permitem que o aluno, além de freqüentar as aulas nas turmas regulares, seja atendido no contraturno, a fim de reforçar o aprendizado de acordo com as especificidades de cada estudante.
Implantação gradativa
– A princípio, tínhamos a concepção de que as salas serviram para atendimento dos alunos com dificuldade de aprendizado. No entanto, a formação em Atendimento Educacional Especializado (AEE) nos mostrou que o material é específico para portadores de deficiência divididos em dois tipos – explicou a professora Eli Xavier Donatti, que é a responsável por esse tipo de atendimento da Secretaria da Educação.
Para trabalhar com estes alunos, a SMECD conta com duas professoras, Marina Subtil, que tem capacitação para trabalhar com deficientes visuais, e Rosane Dariva, com formação para Educação Especializada.
– Através da educação inclusiva, o governo federal pretende que todas as crianças com deficiências freqüentem a escola regular. Neste aspecto, ainda não há consenso, pois especialistas defendem a manutenção das Apaes e os professores não têm preparo para assumir a orientação de alunos com alta deficiência em sala de aula comum, junto com os demais alunos – comenta Eli Donatti.
Para preparar mais profissionais o município se inscreveu no Ministério da Educação para duas vagas de curso em Pós-Graduação em Educação Especial que será ministrado à distância pela Universidade Aberta. Dois dos quatro professores municipais interessados foram contemplados e farão à especialização.
– A educação inclusiva é uma prática nova e como tal precisa de uma caminhada para se sedimentar. Mas não temos dúvidas de que veio para ficar e que vai proporcionar muitos benefícios, desde que não seja impositiva, mas uma prática que assimile as experiências e o conhecimento de quem já trabalha com alunos especiais – avalia a professora Eli Donatti.