Grande número de convidados esteve presente na pré-estreia do filme “Doce Brasil Holandês”, exibido na noite de quinta-feira, dia 18, no Auditório da Expodireto. O filme fala um pouco da nostalgia da época em que o nordeste brasileiro foi invadido por holandeses, que por lá permaneceram por 24 anos durante o século 17, até serem expulsos pelos portugueses. De todos esses anos em que uma parte do nordeste foi colônia holandesa, sete foram governados por Maurício de Nassau, que fez todo planejamento da cidade Maurícia – hoje Recife. Apesar de ter governado por pouco tempo, Nassau deixou suas marcas eternizadas na arquitetura e, por ter sido um governante à frente do seu tempo – investindo na colônia ao invés de apenas explorar, como os portugueses – é lembrado saudosamente até hoje por muitos da região como “o melhor prefeito que Recife já teve”.
Investigando toda essa nostalgia em cima de Maurício de Nassau e o tempo dos holandeses no Brasil, a cineasta Mônica Schmiedt produziu e dirigiu o documentário “Doce Brasil Holandês” promovendo o encontro de duas historiadoras: as protagonistas Kalina Vanderlei e Sabrina van der Ley. As duas são descendentes do mesmo sobrenome holandês, porém Kalina é pernambucana e Sabrina uma holandesa que reside na Alemanha. É através deste encontro entre as duas que a história se desenrola.
O filme foi gravado em Recife, também nas cidades holandesas de Amsterdã e Haia, e ainda em Berlin e Cleve, na Alemanha. Em entrevista, Mônica Schmiedt conta que foi uma produção inesquecível, que oportunizou uma pesquisa mais a fundo sobre a história do Brasil. ”Depois de “Doce Brasil Holandes” me sinto até mais brasileira”, brinca. Falando da parte mais técnica, a diretora e produtora conta que pôde explorar os contrastes, não apenas históricos, mas também de climas. Durante as gravações na Europa era inverno, o céu estava sempre cinzento e até nevou. “Esses fatores fizeram com que a beleza do céu azul, dos dias ensolarados e o mar límpido de Recife chamassem mais atenção, dando um efeito fantástico ao filme” comenta.
Além de falar sobre o documentário, a cineasta fez questão de ressaltar que a pré-estreia de “Doce Brasil Holandês” em Não-Me-Toque foi emocionante. “É maravilhoso poder trazer um de meus trabalhos para ser exibido aqui. O fato de Não-Me-Toque ser uma cidade de colonização holandesa contou muito para a que esta sessão fosse agendada, mas para mim, que nasci nesta cidade, foi maravilhoso poder ter feito essa reprodução de meu trabalho aos meus conterrâneos. E também foi muito bom receber o carinho e o respaldo do povo não-me-toquense”, conclui Mônica.
Após o filme, Mônica teve um bate-papo com o público e recebeu um mimo do município, da vice-prefeita, que acredita que incentivar a cultura é fundamental. “Estamos lisonjeados em receber em nossa cidade a pré-estreia de um documentário tão bem elaborado, produzido e dirigido por uma de nossas conterrâneas”, ressalta Teodora Lütkemeyer.
Mais tarde, a cineasta não-me-toquense pôde receber os cumprimentos do público durante um coquetel no restaurante do parque da Expodireto, onde o Grupo de Danças Holandesas fez uma apresentação artística.
Exibição para alunos
Na sexta-feira, três sessões do filme “Doce Brasil holandês” foram exibidas para alunos de 6ª e 7ª séries de todas as escolas do município.