Esta semana o Secretário de Saúde e membros do Comitê de Combate ao Novo Coronavirus estiveram reunidos com profissionais médicos no município debatendo a questão da medicação precoce dos pacientes suspeitos ou confirmado de infecção pelo Novo Coronavirus.
O debate está acalorado e contraditório a nível nacional com profissionais a favor e contra os protocolos e as medicações recomendadas. Mesmo entre infectologistas, não há unanimidade. Isto gera uma insegurança tanto para os pacientes quanto para a gestão da saúde, pois ficam dúvidas sobre a eficácia dos fármacos e sua aplicação e também com reflexos sobre gastos públicos neste sentido. Somente nesta semana, inúmeros documentos foram editados a favor e contra a medida. A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu nota especifica contraindicando o uso da Hidroxicloroquina ou Cloroquina. A Anvisa emitiu nota recomendando o Uso da Ivermectina somente de acordo com as indicações da bula do medicamento. No contraponto, um grande grupo de médicos do Rio Grande do Sul elaborou um protocolo recomendando o uso destas medicações e publicou nas redes. Um novo estudo americano do Sistema Henry Ford de Saúde, sobre a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina também ganhou as redes na semana, recomendando o uso. O Ministério da Saúde, já havia emitido a Nota Informativa nº 9/2020 recomendando o uso de cloroquina/hidroxicloroquina combinada com azitromiciana. O Conselho Federal de Medicina por sua vez, emitiu parecer reiterando a autonomia do profissional médico na prescrição dos fármacos e também no sentido de que conforme previsto no Código de Ética Médica, o paciente tem direito a solicitar determinado tratamento. São apenas alguns exemplos do grande contraditório e da discussão gerada, e que domina o momento atual na pandemia.
Na semana que passou a Associação dos Municípios do Alto Jacuí recomendou aos prefeitos a edição de decreto, para embasar a questão e o Consórcio de Municípios do Alto Jacuí, – COMAJA, ira auxiliar os municípios na aquisição de medicamentos, daqueles que manifestarem interesse.
Assim como no restante do país, entre os médicos da atenção básica e na área hospitalar local não há unanimidade, cita o Secretário de Saúde, mas observa-se que a maioria tem viés favorável e revela já estar prescrevendo, seja por formar convicção, quer seja por desejo do paciente.
Na reunião do COE que ocorreu na sexta-feira dia 17/07 foram ouvidos os médicos que representam também a área hospitalar do município, além de contar no ato com médicos representando a atenção básica e discutido um protocolo que possa ser adotado pelo município.
Chegou-se à conclusão de que será editado um protocolo com algumas medicações, sugeridas ou aceitas pela maioria e adotada por grande parte dos municípios no estado, mas que não haverá distribuição indiscriminada de medicamentos. “Foi unanimidade entre os profissionais que deve ser respeitada a autonomia do profissional médico e o previsto no código de ética médica, bem como a vontade do paciente. Desta forma, a prescrição dependerá da avaliação de cada paciente, caso a caso, e da conduta do profissional médico, mas a municipalidade vai disponibilizar as medicações na farmácia municipal, sempre mediante prescrição médica”. O paciente deverá firmar termo de ciência e consentimento, nos moldes indicados na orientação do Ministério da Saúde. Os profissionais também se manifestaram contrários a distribuição de medicamentos sem avaliação do paciente e sem critérios clínicos estabelecidos e prescritos pelo profissional médico.
O protocolo adotado será em caráter sugestivo, cabendo ao profissional médico avaliar cada caso e prescrever conforme sua convicção. O protocolo será dividido em níveis ambulatorial e hospitalar, visto que o município tem estrutura hospitalar. O protocolo sugere a medicação de pacientes em estágio inicial ou suspeitos, baseado na premissa de tratamento de acordo com as fases da doença.