Com a proximidade de um evento internacional, a preocupação fica redobrada uma vez que a transmissão do vírus se dá pelo contato próximo de pessoa a pessoa.
Na quinta-feira (13), a equipe da Secretaria de Saúde participou de uma reunião junto a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde em Passo Fundo recebendo orientações a respeito do Coronavírus.
Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderada, semelhantes a um resfriado comum. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Os coronavírus comuns que infectam humanos são alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O novo agente do coronavírus, chamado de novo Coronavírus (2019-nCoV), foi descoberto no fim de dezembro de 2019 após ter casos registrados na China. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.
Situação Mundial
A OMS divulgou no dia 05/02/2020, 24.554 casos confirmados no mundo tendo 24.363 ocorrido no território chinês, dos quais 3.219 são casos graves e 491 evoluíram para óbito. Vinte e quatro países além da China confirmaram outros 191 casos com 01 óbito nas Filipinas.
Situação no Brasil
O Ministério da Saúde (MS) elevou o nível da resposta brasileira para Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), mesmo sem nenhum caso confirmado de novo coronavírus no Brasil. A medida foi publicada em 03/02/2020 por meio da Portaria nº 188.
No Brasil 24 casos suspeitos foram descartados e nove permanecem em investigação para 2019-nCOV, detectados nos estados de Santa Catarina (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3) e Rio Grande do Sul (3) e Minas Gerais (1). Os casos descartados apresentaram resultado laboratorial para outros vírus respiratórios como o vírus Influenza A/H1N1, Influenza A/H3 e Rhinovirus 3,4,5.
Situação no Rio Grande do Sul
No RS foram notificados 13 possíveis casos, desses, cinco estão classificados como excluídos por não se enquadrarem no critério de suspeição. Três casos notificados permanecem em investigação aguardando resultados laboratoriais e cinco casos foram descartados por terem positivado para Influenza (Tabela 1).
Todos os pacientes apresentaram sintomas respiratórios. Entre os suspeitos, nenhum precisou de internação, sendo adotadas medidas de isolamento domiciliar. Somente um dos casos notificados necessitou internação, sendo excluído como suspeito de coronavírus.
Manifestações Clínicas
Os coronavírus humanos comuns causam infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Os sintomas podem envolver coriza, tosse, dor de garganta e febre. Esses vírus algumas vezes podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia. Esse quadro é mais comum em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido ou em idosos.
O vírus possui um período de incubação de 2 a 14 dias, sendo que de uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas.
Todos os coronavírus são transmitidos de pessoa a pessoa, de uma forma geral, a principal forma de transmissão dos coronavírus se dá por contato próximo de pessoa a pessoa.
Qual a diferença entre gripe e o coronavírus(nCoV-2019)?
No início da doença, não existe diferença quanto aos sinais e sintomas de uma infecção pelo novo coronavírus em comparação com os demais vírus. Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local. Neste momento, apenas pessoas com histórico de viagem para a China nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser considerados suspeitos.