Como forma de fazer com que os alunos da capital conheçam um pouco mais sobre o Rio Grande do Sul e as peculiaridades dos municípios do interior, suas raízes e cultura, o professor de história do Colégio Adventista Marechal Rondon, Jônatas Caratti, lançou um desafio a seus alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental: desde o ano passado os estudantes fazem uma votação e escolhem um município do estado para o professor ir visitar durante as férias, para depois contar-lhes sobre a história do local escolhido.
E nestas férias o município escolhido pelos pupilos de Jônatas foi Não-Me-Toque, a Capital Nacional da Agricultura de Precisão, onde esteve nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro.
Se o nome do município desperta curiosidade em todos que por aqui passam, não seria diferente com um professor de história. Assim que chegou em Não-Me-Toque esteve à procura de informações sobre a explicação do nome da cidade.
Foi até a Casa da Cultura Dr. Otto Stahl, onde recebeu atenção especial da diretora de Cultura, Marisa Becker. No local, além de saber sobre as origens do nome do município, também aproveitou para saber mais sobre a história, cultura e formação do povo não-me-toquense, com a junção de diferentes etnias. Esteve na praça Dr. Otto Schmiedt, onde conheceu a planta Não-Me-Toque, que originou o nome da cidade, além de visitar as casinhas dos holandeses, alemães, italianos e gaúchos.
Como o grande diferencial histórico do município em relação aos demais do estado é a colonização holandesa, Jônatas fez questão de visitar uma família imigrante. Foi recebido na residência da dona Cornélia Souilljee Van Riel, que lhe explicou os motivos pelos quais os holandeses deixaram o país de origem em busca de uma nova vida no Brasil.
Esteve na prefeitura, onde conheceu a vice-prefeita Teodora Lütkemeyer, que lhe desejou boas-vindas ao município e disponibilizou diversos folders e materiais institucionais contendo informações e dados estatísticos sobre Não-Me-Toque.
Mas como conhecer Não-Me-Toque sem explorar o atual crescimento econômico, que inclusive foi motivo de reportagem na revista Exame de dezembro, como sendo um dos principais polos de desenvolvimento do Brasil?
Após saber tudo sobre a história do município, o professor Jônatas Caratti esteve na Expodireto Cotrijal, conhecendo o parque de uma das maiores feiras agrodinâmicas do mundo. Ainda, conheceu todo o processo produtivo de uma das indústrias de implementos agrícolas da cidade, a Stara, além de visitar a Cotrijal – uma das maiores cooperativas do estado – e entender um pouco sobre como funciona a agricultura de precisão e os projetos relacionados à nova tecnologia, que rendeu a Não-Me-Toque o título de Capital Nacional de Agricultura de Precisão.
Antes de retornar a Porto Alegre, o professor de história disse estar surpreendido. “Quando lancei o projeto para os meus alunos, sabia que encontraria muitas peculiaridades nos municípios do interior pelos quais passaria. Mas Não-Me-Toque realmente me surpreendeu, por sua cultura, sua história diferenciada e de como a formação do povo desta cidade, através das diferentes etnias que aqui chegaram, se consolidou numa população com espírito empreendedor e inovador”, declarou Jônatas. Acrescentou ainda, que terá muito o que contar para os alunos sobre como um pequeno município do interior do Rio Grande do Sul é hoje um ícone de desenvolvimento por agregar o conhecimento de diferentes imigrantes que vieram além mar, investindo em agricultura e na inovação de mecanismos e tecnologias para incrementar a produção na lavoura.